21 de junho de 2010

Bilionário compra acervo da Magnum

A empresa de investimentos MSD Capital LP, do bilionário Michael Dell, comprou 185 mil fotos impressas da agência Magnum, no que está sendo considerada a maior transação de fotografias da história. Não foi revelado o valor da negociação, mas uma fonte que não quis se identificar à repórter Lindsay Pollock, da Bloomberg [2/1/10], informou que a coleção foi segurada em mais de US$ 100 milhões.

A MSD Capital irá ceder as fotos durante cinco anos para o Harry Ransom Center, biblioteca de pesquisas e museu da Universidade do Texas. Dell, presidente e executivo-chefe da companhia de computadores Dell, mora em Austin e é ex-aluno da universidade. "Ter esta coleção incrível em Austin é especialmente emocionante para mim", disse ele. A revista Forbes estimou em US$ 14,5 bilhões o valor da Dell em 2009. A MSD Capital administra mais de US$ 10 bilhões em ações.

Trabalho independente

O Harry Ransom Center está entre os maiores compradores de materiais de pesquisa dos séculos 19 e 20, como os documentos do caso Watergate, os arquivos do escritor Norman Mailer e as versões preliminares de Ulysses, de James Joyce. O arquivo da Magnum inclui o trabalho de 103 fotógrafos, dos anos 1930 a 1998. A agência fotográfica documentou eventos como a Guerra Civil Espanhola e o Movimento pelos Direitos Civis nos EUA. "Esta é uma coleção de valor singular na história da fotografia", afirma Thomas F. Staley, diretor do centro, que planeja exposições e pesquisas com as imagens. A Magnum e a MSD irão contribuir com os custos de manutenção e seguro. Os direitos autorais e de licenciamento ficarão com a agência.

O acordo foi iniciado por Mark Lubell, diretor da Magnum, que recebeu a missão de modernizar a companhia. Com a possibilidade de digitalização dos arquivos, o valor de raridade das obras impressas aumentou consideravelmente.

A Magnum foi fundada em 1947, durante o auge do fotojornalismo, pelos fotógrafos Robert Capa, David "Chim" Seymour, George Rodger e Henri Cartier-Bresson, que a administravam como uma cooperativa. "O sucesso deles ajudou na criação do princípio de que fotojornalistas podiam ser independentes e produzir seu próprio trabalho", ressalta Peter Galassi, curador-chefe do departamento de fotografia do Museu de Arte Moderna de Nova York.

Fonte: Observatório da Imprensa

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