23 de março de 2009

Parte II - Feira de São Joaquim


Feira de São Joaquim, Salvador, 2002

Na busca por um simples cidadão soteropolitano, vendedor de quiabo na feira, fui seduzido na busca pela feira de São Joaquim. Lembro de ter pego o ônibus em Arembepe, ao norte de Salvador, bem cedinho, e a viajem demorou um pouco, fazendo com que só aumentasse a minha ansiedade de lá chegar. Era a primeira vez que ia à feira, e imaginava algo até próximo do que encontrei, mas numa escala bem maior. Muitas ruas, vielas, corredores, algumas "quebradas", centenas de barracas e boxes, um cais de pequenas embarcações, galinheiros, xiqueiros, estruturam aquele organismo social. Após caminhar por quase uma hora, voltei o foco de buscar aquele simples vendedor, mas que na minha imersão se tratava do Mestre Boca Rica, famoso angoleiro, capoeirista aluno de Mestre Pastinha. Quanto mais eu perguntava por ele, mais eu me entretia em fotografar outras coisas e mais certeza eu tinha de que não o encontraria, pois ninguém o conhecia. Eu perguntava pelo Mestre Boca Rica, mas no final da manhã descobri que o conheciam como Seu Manoel, " o do quiabo", foi quando encontrei seu ponto e é logico, ele tinha acabado de sair!! As imagens que seguem são resultado desta primeira ida a umas das mais tradicionais feiras livres das capitais brasileiras. Um movimento constante que exige do fotógrafo colocar-se num estado de observação que chega ao vício, algo prazeroso, mas que exige. Porém, sempre grato pela oportunidade de sentir-se completamente ligado, esperto, aberto para perceber e captar todos os estímulos possíveis.

Até a próxima,

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